Um produto que não se adeque às vontades do cliente, não terá valor. Até mesmo algo que é ultrapassado, mas ninguém vê, é perigoso. É como tomar um remédio ou comer uma comida fora da validade. Têm vezes que não acontece nada, mas quando acontece… É um estrago. Para evitar isso é necessário conhecer a qualidade e o estado que o produto se encontra. A constante inspeção torna o sujeito capaz de identificar falhas, ou simplesmente mudar de idéia. Só assim será possível identificar onde e como realizar as adaptações necessárias para o aumento do valor do produto.

No Scrum, o trabalho de forma iterativa e incremental garante a inspeção e a adaptação do produto e existem 3 momentos cruciais do Scrum que promovem a inspeção e adaptação do processo. São eles:

  1. A Reunião Diária, onde a equipe deve se peguntar “o que fiz?”, “o que vou fazer?” e "quais são meus impedimentos?", esquematizando, assim, o dia de trabalho.
  2. As reuniões de Revisão e Planejamento da Sprint, são utilizadas para inspecionar o andamento em direção à meta da Sprint.
  3. E a Reunião de Retrospectiva, que busca levantar os aspectos positivos e negativos para que possam ser feitas mudanças no processo.

A condução do projeto não é mais tarefa de um só membro, mas de toda a equipe (PO, SM e time) que deve estar comprometida com o scrum. É preciso estar pronto para as mudanças tardias de requisitos, e por isso a colaboração com o cliente é fundamental. Quando é dada uma nova adaptação a ser feita, a equipe Scrum fará tudo o que for possível para atingir essa meta no prazo acordado. Nesse aspecto a inspeção é pessoal, cada um sabe de seus limites e responsabilidades.

É necessário observar quais áreas possuem gargalos que precisam ser abertos. A tendência do ser humano é olhar para o que sobressai aos olhos, esquecendo de trabalhar com os pormenores, o que ninguém viu. É isso que faz diferença com a concorrência. Se faz necessário um exame minucioso para se conhecer o estado geral do seu local de trabalho.

A cada dia precisamos esvaziar nossas mentes dos inevitáveis paradigmas que adquirimos ao longo da vida. A maioria deles são mantidos pelo medo de mudar, de fugir das atitudes padronizadas que nos dão a certeza de um bom resultado. Nos acomodamos à esses rituais que muitas vezes parece ser o único caminho para o sucesso. Porém, quando se trata de um negócio, o produto em sí é para quem? Se para o mercado é ele quem dita as novas exigências e tendências da economia. Isso mostra que o ciclo da inspeção e adaptação deve se manter ininterrupto.

Seríamos capazes de nos observar como expectadores? Teríamos autocontrole e ousadia suficientes para nos reinventarmos a cada dia?