Bartender - Credits: http://www.sxc.hu/photo/416601Oi pessoal,

será que um bar ou restaurante conseguiria aplicar alguns conceitos de agilidade no seu serviço? No post de hoje, através de um exemplo prático, eu mostro que sim.

A motivação para esse post veio após a situação ocorrida no último sábado, num restaurante, e vou iniciar o texto descrevendo aqui para vocês o ocorrido.

 

O problema

Éramos um grupo de 9 pessoas e já estávamos há mais de uma hora consumindo no local. Nesse momento três pessoas de nossa mesa pediram caipivodka sem açúcar, para que cada uma pudesse adoçar a seu gosto.

Quando as bebidas chegaram elas estavam com (bastante) açúcar.

Explicamos que havíamos pedido sem açúcar. O garçom levou de volta e aguardamos as novas bebidas chegarem.

 

A reincidência do problema

As caipivodkas vieram novamente com açúcar, agora levemente descoloridas, nos levando a desconfiar que "aguaram" a bebida para não precisar fazer outra.

Chama garçom, fala que ainda tem açúcar, volta a bebida, aguarda de novo.

O garçom volta e pela terceira vez as caipivodkas são trazidas com açúcar, agora ainda mais diluídas, mas com o açúcar ainda presente. Nitidamente eram as mesmas bebidas.

 

Chama o gerente

Após idas e vindas (e leva tempo esse processo de vai e volta com as bebidas) chamamos o gerente que disse que iria pessoalmente preparar as bebidas. Após isso finalmente as bebidas vieram da maneira como foram pedidas inicialmente: sem açúcar.

 

Aplicando agilidade

Fazendo um paralelo com conceitos de agilidade que aprendemos e praticamos, poderíamos dizer que nesse cenário de restaurante/bar os clientes são os POs, e os cozinheiros e garçons constituem a equipe de desenvolvimento. Vamos também considerar que o pedido das caipivodkas seja um item de backlog.

Ao receber o pedido de volta com as três caipivodkas rejeitadas o cozinheiro se viu com duas opções:

  • A) Fazer de novo as três bebidas do início e descartar as antigas;
  • B) Dar uma ajeitadinha nas bebidas antigas para que elas se pareçam novas. O que conhecemos como "gambiarra".

Erradamente o cozinheiro optou pela opção B e sua má escolha acabou fazendo com que ele viesse a ter ainda mais trabalho.

Muitas vezes, quando nos deparamos com certos problemas temos que avaliar que modificações precisam ser realizadas, pois um reaproveitamento pode ser mais custoso e sem garantia de que irá atender as expectativas do cliente, do que começar do zero.

Após optar pela opção B, o cozinheiro perdeu novamente a chance de pensar de forma ágil. Ele poderia:

  • A) Testar sua gambiarra em apenas uma bebida, pedir para o garçom levar e conferir com o cliente se a modificação foi suficiente;
  • B) Implementar a gambiarra em todas as 3 bebidas e mandar entregar achando que resolveu o problema.

Mais uma vez o cozinheiro optou por B. Essa escolha triplicou seu trabalho a cada iteração de preparo de bebida.

Essa atitude nos mostra que quando a equipe de desenvolvimento possui incertezas sobre a funcionalidade a ser desenvolvida, o melhor a fazer é ter o quanto antes o feedback do PO, para realizar os ajustes necessários e evitar retrabalho.

Essa era a história que eu queria compartilhar! Se você já passou por uma situação semelhante e percebeu que se os conceitos ágeis fossem aplicados tudo seria solucionado mais fácil, conte sua história aí pra gente.

Até o próximo post!