Lean StartupUm termo muito comentado na comunidade ágil é o Lean Startup. Esta filosofia vem ganhando espaço desde que foi criada, em 2008, e vem aumentando o seu número de adeptos em muitas empresas de tecnologia. No post de hoje, apresentamos uma breve discussão sobre os princípios do Lean Startup.

A ideia do Lean Startup surgiu a partir das experiências de Eric Ries como empregador, fundador e assessor de startup.  Esta filosofia é baseada no lean manufacturing, adotada nos anos 80 na indústria automobilística japonesa, onde os esforços deviam ser concentrados na criação de valor para o cliente final, evitando ao máximo os desperdícios. De uma forma mais prática, é uma forma das empresas aprenderem com o cliente final, produzindo o que ele precisa e deseja.

O próprio ambiente de startup é um ambiente de incerteza sobre o cliente e sobre o produto final. Portanto as chances de desperdício são grandes, pois não se tem certeza do que o cliente quer nem de como vai ser a versão final do produto. Diante deste cenário, o Lean Startup atua como uma filosofia interessante, principalmente para as empresas que ainda não conhecem bem seu cliente final nem como vai ser o seu produto final.

O ciclo básico do Lean Startup pode ser visto na Figura 1. A partir de ideias é construído um produto. Uma vez que este produto esteja construído, são feitas métricas sobre ele, gerando dados que serão analisados trazendo aprendizado para a organização. A partir deste aprendizado as ideias são novamente trabalhadas, reiniciando o ciclo.

Lean Startup Loop

Figura 1. Loop fundamental do Lean Startup

 

De acordo com Ries, o Lean Startup está baseado nos seguintes princípios:

Mínimo Produto Viável

É a versão mínima de um novo produto que permite que o time de desenvolvimento possa capturar mais informações e aprender sobre as necessidades e expectativas do cliente final. Assim, o time aprende com o cliente evitando esforços na criação de recursos desnecessários ou que não sejam do interesse do cliente final. O mínimo produto viável é o V0, é a versão mínima de um produto final que vai sendo concebido iterativamente.

 

Deploy Contínuo

O trabalho do time é continuamente disponibilizado para o cliente final. A ideia é que o período entre a finalização da construção de um recurso e sua disponibilização em produção seja reduzido. Desta forma, o trabalho do time pode ser mais rapidamente avaliado pelo consumidor final.

No contexto de desenvolvimento de software podemos encontrar diversas ferramentas para a automatização do processo de deploy contínuo como Jenkins, por exemplo. Desta forma, o build do código e o deploy em uma máquina de homologação ou produção poderiam ser feito automaticamente, sem a necessidade de intervenção manual do time.

Estas ferramentas minimizam os esforços com tarefas operacionais, liberando o time para as tarefas mais relacionadas ao negócio.

 

Teste A/B

É uma forma de disponibilizar diferentes versões do produto a determinados grupos de clientes.

A ideia é ter um feedback de como os clientes reagem sobre as diferentes versões do produto. Desta forma a organização pode aprender mais sobre o que é melhor para os clientes e como estes vão reagir diante dos novos recursos disponibilizados no produto.

Por exemplo, podemos testar duas possibilidades de tela de cadastro de uma aplicação, onde um grupo de usuários verá uma tela com todos os campos do cadastro e o outro grupo visualizará uma tela de cadastro reduzida, contendo apenas os campos básicos.

A partir da reação dos usuários diante destas diferentes possibilidades, a organização pode aprender o que é melhor para o usuário, o que ele prefere. Poderia, por exemplo, perceber que no cadastro reduzido mais usuários se inscrevem na aplicação e então passar a usar sempre a tela de cadastro reduzido.

 

Métricas Acionáveis

São métricas relativas aos pontos chave do negócio. São métricas que quando acionadas oferecem informação necessária para que a organização possa tomar decisões sobre o negócio. Um exemplo de métrica acionável seria a quantidade de acessos a um site a partir de um link de um parceiro. Esta é uma métrica que permite avaliar o impacto que determinado parceiro tem sobre o site visitado, indicando para a área de negócio se é interessante ou não manter a parceria. Estas métricas são importantes na medida em que oferecem base para tomada de decisões de uma forma mais imediata .

 

Pivot

É uma correção de curso estruturada projetada para testar uma nova hipótese sobre o produto, negócio, etc. O pivot pode ser visto como uma nova hipótese estratégica que requer um novo MPV para ser testado. Pivots bem sucedidos levam a organização ao caminho de um negócio sustentável. É o pivot que faz as organizações que utilizam o Lean Startup resilientes diante dos “erros”. Se a empresa estava em um caminho errado, os pivots oferecem a ferramenta que ela precisa para corrigir e agilidade para encontrar novos caminhos.

 

No post de hoje, discutimos os princípios básicos do Lean Startup. Vimos que seguindo estes princípios, uma organização evita desperdício com esforços que não geram valor para o cliente final. Além disso, vimos que com o uso do Lean Startup, as empresas aprendem a cada iteração, podendo inclusive mudar de estratégia a fim de se manter sempre num caminho de crescimento.

E a sua empresa, usa a filosofia do Lean Startup? Segue algum(ns) dos seus princípios?

Fale pra gente nos comentários! Até o próximo post!