Hoje vou falar um pouco de outra questão frequentemente discutida que é o Scrum e a gerência tradicional de projetos, pois considero um assunto bastante interessante e polêmico.
Sempre que visitamos um cliente ou potenciais clientes ou conversamos com pessoas e profissionais que gerenciam ou trabalham em projetos, sempre se fala das questões da gerência tradicional comparativamente aos métodos ágeis.
Por um lado, dentre as metodologias ágeis o Scrum é a mais usada e com grandes perspectivas de aumento na sua adoção.
O framework Scrum não especifica nem ferramentas e nem técnicas de desenvolvimento, mas sim uma estrutura com cerimônias, artefatos e papéis definindo como as equipes devem trabalhar em ambientes com constantes alterações e com surgimentos de novos requisitos.
Ele propõe alguns níveis de gerenciamento em maior ou menor nível de detalhe, desde o planejamento diário, o gerenciamento da Sprint e até o gerenciamento do projeto.
Por outro lado, sabemos que o gerenciamento de projetos de software é, sem dúvida, um aspecto essencial para o seu sucesso e que por inúmeras causas os projetos falham, sejam eles ágeis ou tradicionais. A falta de entendimento, a experiência, os fatores culturais, as pressões externas, o treinamento insuficiente, dentre outras causas de falha são comuns a ambas as abordagens. Também sabemos que cronogramas irreais são provavelmente um dos principais fatores que influenciam no aumento das taxas de projetos rotulados como contestados ou fracassados.
O Scrum atua fortemente no gerenciamento de tarefas, no planejamento diário e no planejamento da Sprint. Dependendo do projeto e da organização isso talvez não seja suficiente e a adaptação do Scrum tem tudo a ver com essa necessidade, pois ela nos fala do “ajuste do processo ou do material sendo processado”.
O Scrum que foi originalmente concebido para o desenvolvimento de software, atualmente tem sido adotado em diversas áreas como: Recursos Humanos, Finanças, Publicidade, Engenharias, Laboratórios e em muitas outras.
Além disso, ele tem evoluído em termos de simplicidade e de adaptação.
Contudo, o Scrum não é o mais adequado para todo tipo de projeto e nem poderá atender integralmente a todas as necessidades de adaptação de todos os processos do PMBOK.
Até hoje, sempre que foi demandado, conseguimos adequar o framework Scrum aos requisitos dos projetos tradicionais. Já tivemos algumas oportunidades de falar disso em outros posts sobre Versões Scrum e Cronogramas Macros de Projetos, Um pouco mais sobre Versões Scrum e Cronogramas Macros de Projetos e Diferenças entre Valores Ágeis e Tradicionais, somente para citar alguns.
No final das contas, fica tudo bem quando tudo acaba bem ou mesmo, mais ou menos bem. Mas, quando as coisas dão errado há que se eleger os “culpados” e é claro que as pessoas não têm culpa de nada. Daí a culpa é das ferramentas, ou dos processos ou dos modelos ou do método…
Quanto maior e mais complexo o projeto, mais difícil poderá ser gerenciá-lo. A verdade é que dentre os vários aspectos gerenciais importantes destaca-se o fato que alguns projetos exigem “gerentes” e “equipes” mais experientes e comprometidas, sejam eles ágeis ou tradicionais.
Enfim, apesar de possuírem naturezas diferenciadas no que se refere ao foco, escopo e aos princípios, o Scrum pode atender aos aspectos da gerência tradicional de projetos de forma complementar. Evidentemente, dependendo do esforço requerido e dos benefícios a serem alcançados.
E você? Tem ou teve alguma experiência ou comentário sobre tais dificuldades que queira compartilhar conosco?
Então não deixe de comentar aqui seus questionamentos e de assistir aos vídeos do Papo Ágil, na Universidade Scrum.
Encontro vocês num próximo post. Até lá!
Olá Helder! Que bom que você gostou. Buscamos sempre tratar de temas que estão evidentes no nosso dia a dia na gerência dos projetos. Tenho certeza que você vai vibrar com o tema escolhido para sua monografia. Aqui no nosso blog e no nosso canal (http://www.youtube.com/playlist?list=PL6011C890366AF5BC&feature=plcp) há bastante material, que acredito vá ajudá-lo. Não sei se você já acessou o survey da Version One sobre agilidade (http://www.versionone.com/product/agile-reporting-and-analytics/). Esse pode ajudá-lo também. Um abraço e tudo de ágil para você.
Gostei muito do seu post. Estou cursando Pós Graduação em Gerencia de Projetos de TI e escolhi este tema para a Monografia. Gostaria da sua ajuda para desenvolver o trabalho. Se tiver algum material que possa me fornecer email: heldercruzh@gmail.com
Olá, parabéns pela postagem, mas eu acredito que boas práticas do PMBok são muito eficientes em cenários complicados, onde existe alguma relação entre causa e efeito e com isso previsibilidade de ações e resultados, assim é possível planejar bem. Já em cenários complexos, o planejamento deve considerar um número elevado de premissas, que geralmente provam ser falsas durante a execução, assim os planos de gerenciamento se tornam muito imprecisos o que gera um grande esforço para gerir as mudanças e poucos resultados, como em projetos de pesquisa, software e em outras áreas. Porém o SCRUM é um framework incompleto assim várias ferramentas e técnicas do PMBok podem ser incorporadas ao SCRUM gerando melhores chances de sucesso.
Caso alguém deseje saber mais sobre cenários Simples, complicados, complexos e caóticos, veja o artigo sobre o Modelo de Cynefin no link: http://www.rafaeldiasribeiro.com.br/downloads/Sense-making%20in%20a%20complex%20and%20complicated%20world.pdf
Alguns outros trabalhos sobre gerenciamento de projetos e métodos ageis podem ser vistos em http://www.rafaeldiasribeiro.com.br/downloads.html
Olá Rafael,
Bom tê-lo em nosso blog e obrigado pelo seu comentário.
Concordo com você. Como falei no post, quanto maior e mais complexo o projeto, mais difícil poderá ser gerenciá-lo.
Dependendo do esforço, e até pelo fato de ser um framework, o Scrum pode atender aos aspectos da gerência tradicional de projetos de forma complementar apesar de suas diferenças.
Também achei bastante interessante a proposta do modelo Cynefin do Kurtz& Snowden, principalmente quanto ao elemento “escolha racional” que ele descreve.
É isso. Espero encontrá-lo de novo por aqui.
Um abraço e vamos em frente no caminho da agilidade.