Quantas vezes você já dormiu em uma apresentação com PowerPoint?
Apesar de ser um fã de apresentações e aula com softwares de apresentação, sou também uma vítima constante. A questão é que a maneira tradicional de se fazer uma apresentação, ou seja, uma sequência de slides contendo “bullets points”, tem a tendência a ser maçante e longa demais. Pior que isso, só aqueles slides feitos à mão com letra pequena, típico de professores e pesquisadores teóricos que ainda tem medo de tocar em um computador.
A verdade, porém, é que apresentações são parte inseparável no nosso dia a dia, seja na escola, seja nas empresas. Mas os problemas ligados ao uso de software de apresentação, como o Keynote e o PowerPoint, são tantos que alguns lugares já proibiram seu uso de forma parcial ou total, ou passaram a exigir que todas as apresentações fossem em preto e branco.
Que receitas podemos usar para ter fazer apresentações melhores? Aqui vai uma lista coletada das mais diversas fontes que se enquadram no espírito ágil desse blog.
Fale Mais e Use Menos Slides
A primeira dica, por surpreendente que seja, é diminuir a informação escrita. Um dos principais problemas de apresentações é o excesso de informação. Alguns defendem até mesmo não usar software de apresentação nenhum, principalmente quando se leva em conta o tempo gasto para fazer apresentações supostamente convincentes e o fato que muitas vezes o formato fica mais importante que o conteúdo.
Outro ponto é a importância do contato visual quando defendemos uma ideia ou queremos passar veracidade de uma informação. Por isso, apresentadores de TV e políticos costumam usar um teleprompter, que permite que olhem para a câmera enquanto leem seus textos.
2.
Seja Rápido – use menos de 10 minutos
Várias conferências e eventos estão se organizando em palestras onde cada pessoa deve passar sua informação em menos de 10 minutos. As mais famosas são eventos do tipo Pecha Kucha e a Ignite.
A receita básica é usar 20 slides, cada um com 20 segundos. Passe sua ideia nesse tempo, ou você não é claro o suficiente. Alguns lugares dão apenas 1 minuto, sendo que 5 minutos é um número comum.
Use a regra 10-20-30
Guy Kawasaki criou essa regra, onde sua palestra tem 10 slides, 20 minutos e usa fonte 30. Um dos princípios é que as pessoas só podem entender 10 conceitos em uma reunião. Eu diria que dez é muito, pois há algum tempo sabemos que só podemos guardar entre 5 e 9 conceitos na memória.
Eu sei que acabei de mandar você fazer a apresentação em 10 minutos, mas esta é outra dica importante. Das duas podemos dizer que manter a apresentação pequena é o principal segredo.
Aprenda com os mestres
Assista apresentações dos mestres e veja como é feito. Na rede, especificamente, você pode procurar por Lawrence Lessig, Steve Jobs, Guy Kawasaki e Hans Rosling. Uma fonte constante de inspiração são as TED Talks, onde em poucos minutos mensagens que podem mudar o mundo são transmitidas para um plateia que pode ajudar a transformá-las em realidade.
Use Imagens
Uma pesquisa publicada indica o uso de Powerpoint pode ser benéfico quando gráficos e desenhos complexos estão envolvidos, mas também pode atrapalhar quando a informação é melhor passada verbalmente. Isso permite que imaginemos uma estratégia mista. É importante lembrar, porém, que quando queremos passar uma informação na forma verbal a apresentação visual pode ser um grande distrator.
Não Abuse, simplifique
Como é fácil criar uma apresentação com PowerPoint, é costume que ela cresça demais, tanto em quantidade de slides quanto em efeitos. Porém a quantidade dilui a mensagem e os efeitos tiram o foco,
É importante equilibrar mensagem e informação passada em um slide. Um slide não custa nada, então você nunca deve exagerar na informação que um slide contém. Sempre que puder use palavras e não frases, frases e não parágrafos.
Abandone efeitos mirabolantes, fontes extravagantes e tudo que possa chamar a atenção para a forma e não para a mensagem. Simplifique para não cansar, para não sobrecarregar.
Não deixe que a apresentação se sobreponha a você
Muitas apresentações acabam se tornando independentes do apresentador. Mas se você quer passar uma mensagem, você deve assumir o controle. Muito texto, muito detalhe, tira a concentração do espectador de quem fala para a apresentação.
A origem dos softwares de apresentação foi facilitar a apresentação de ideias e gráficos em palestras. Só mais tarde é que os textos e bullets points se tornaram dominantes. Até o ponto que dominaram o apresentador. Use gráficos e diagramas para passar sua mensagem, mas use também sua capacidade de verbalização e convencimento, por meio de gestos e atitudes, ser o verdadeiro transmissor.
Seja o centro da apresentação. As imagens estão lá para ajudá-lo, não para competir pela audiência.
Mais Dicas?
Existem muitos métodos de apresentação e todos tem suas qualidades. Os links nesse texto já abrem alguns caminhos. Lembre-se, se você dormir enquanto aprende um método, ele não é tão bom assim…
Perfeito! Apresentações devem informar o contexto/ambiente, os desafios, a proposta/inovação.
Lembro disso desde a minha primeira aula de redação:
Introdução, Desenvolvimento e Conclusão. Esses são os pilares de uma boa apresentação.
Parabéns pelo tópico.
Andrea Cruz.
Isso mesmo. Em vez de ficar escolhendo o papel, a caneta, o tipo de letra, entenda a sua história, o que você quer contar.
Concordo em gênero, número e grau. Uma apresentação deve ser conduzida a demostrar às pessoal que a fonte de conhecimento é o palestrante e não os slides. Acho que o uso de imagens e mapas mentais é importante, mas com cautela. Por fim, prender a atenção do público, de forma geral, é uma arte que poucos dominam… Eu faço o que posso mas tem sempre um que dorme, né?! Fazer o que?! Forte abraço a todos os amigos do Blog ScrumHalf!!!
Roberto Ferreira Júnior
Ótimo comentário, Roberto.
Adoro mapas mentais, mas não sei se funcionam bem em uma apresentação que propõe uma ideia, pois são não-lineares e dispersivos.
Uso muito para discutir um assunto, abrir a cabeça, mostrar tudo que faço, mas não para defender ideias, propor soluções e coisas assim.
Abraços,
Xexéo